Participação das mulheres no mercado de trabalho atinge pior nível em 30 anos
Em continuidade às comemorações ao Mês da Mulher, hoje vamos abordar um assunto muito importante. O desemprego na pandemia afetou a vida de muitos brasileiros. Em específico, as mulheres foram as mais impactadas por essa crise sanitária e humanitária. Segundo estudos recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a participação feminina no mercado de trabalho atingiu o pior nível em 30 anos.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostrou que, no início da epidemia, na segunda quinzena de março, sete milhões de mulheres deixaram o trabalho remunerado. No terceiro semestre de 2020, as mulheres ocuparam 46,3% dos postos de trabalho. Em comparação com o mesmo período de 2019, a queda foi de sete pontos percentuais. Já a participação dos homens também teve baixa, mas de 6%.
Para o pesquisador do Ipea, Marcos Hecksher, há uma série de fatores que colaboraram para o desemprego em massa do público feminino. “O primeiro é que as mulheres estão em alguns dos setores que foram muito afetados. Em segundo, elas possuem uma carga maior de trabalho não remunerado em casa - que aumentou na medida em que as escolas ficaram fechada. Muitas mulheres se demitiram para conseguir cuidar dos filhos. Em terceiro lugar, as mulheres foram mais beneficiadas com o auxílio-emergencial, que tinha o objetivo de manter as pessoas em casa.”
Dados do IBGE apontam que, mesmo antes da pandemia do coronavírus e as consequências econômicas causadas pela doença, as mulheres dedicavam cerca de 10,4 horas por semana a mais que o público masculino nas tarefas domésticas. Em 2020, esse número teve grande aumento para o público feminino: 21,4 horas. Em contrapartida, os homens tiveram apenas 11 horas semanais nos afazeres de casa.
De acordo com o estudo, intitulado “Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, da Pnad Contínua, metade das mulheres se responsabilizaram pelo cuidado de outra pessoa ou ofereceram algum tipo de apoio, seja um familiar (80,6%), um amigo (24%) ou um vizinho (11%).
Sabemos que o cenário do nosso país está complicado, mas mesmo com as dificuldades que a pandemia trouxe à população, as mulheres mostram, a cada dia, sua força, coragem, garra e perseverança. Logo, com a vacinação em massa e a conscientização do povo brasileiro em seguir as medidas de segurança, a pandemia irá cessar e a economia será restituída. Sendo assim, mais e mais mulheres poderão reingressar ao mercado de trabalho, assim como é na JA Alimentação, que possui 70% do quadro funcional composto pelo público feminino.