PALADAR É HEREDITÁRIO?
Há quem diga que não, que somos frutos do meio e tal. Que aprendemos a comer o que tem na mesa dos nossos pais porque é a alternativa e, por hábito. Que aprendemos a gostar dos alimentos que conhecemos. Mas será que é só isso mesmo?
Uma pesquisa britânica, conduzida por cientistas do Kings College London, aposta que a preferência alimentar das pessoas pode estar ligada também a uma certa predisposição genética. Os pesquisadores realizaram um amplo trabalho de comparação com os hábitos alimentares de gêmeos idênticos e constatou que eles tinham uma probabilidade muito maior de adotar o mesmo tipo de dieta. Como por exemplo, o gosto em comum por alimentos como café, alho, coentro. De acordo com a pesquisa isso sugere que o paladar pode ser parte da nossa herança genética.
A grande questão é identificar se nossas características são naturais ou desenvolvidas ao longo da vida. Por isso os pesquisadores se interessaram pelo universo dos gêmeos que crescera juntos recebendo as mesmas influencias gastronômicas da família e em um mesmo momento.
A pesquisa concluiu que até 48% das nossas preferências alimentares são influenciadas por nossos genes. Gostar de alho e café não é por acaso! Nossos antepassados já gostavam e nos transferiram a simpatia por esses alimentos. O lado difícil desta preferência é a reposição de deficiências na dieta alimentar de uma pessoa ou grupo pois estes não parecem muito dispostos a mudanças. Ou seja, a deficiência de uma determinada vitamina no organismo, por falta de alguns alimentos, não é algo fácil de combater e pode atravessar várias gerações, tornando-se cada vez mais elevada.